O luto é um processo de adaptação a uma perda que pode ser física (alguém querido) ou simbólica (uma expetativa defraudada, por exemplo).
Apesar de estar muito associado à morte, o processo de luto não implica, de modo algum, o falecimento de uma pessoa, pode haver luto perante uma relação que fracassou, perda de um estatuto ou uma amizade que findou. Nestes casos não falamos em morte mas antes numa quebra de vinculação, isto é, rotura de um laço afetivo.
Uma perda é sempre dolorosa se houver estima pela pessoa e objeto ou se um acontecimento for muito desejado.
Habitualmente, o processo de luto é ultrapassado sem apoio clínico; com frequência, o sujeito resolve por si próprio ou com apoio do suporte social. Contudo, existem situações em que o luto é mais moroso e provoca um sofrimento que dificulta o decurso normal da vida e que pode conduzir a sentimentos depressivos. Nesses casos é imperioso procurar ajuda terapêutica.
O luto decorre em diferentes etapas: inicialmente há um choque ou negação do que está a acontecer, segue-se a revolta e raiva, depois existe um período em que o sujeito procura os recursos para ultrapassar as dificuldades, surgem alterações no humor (mais comum a depressão), e por fim, há uma aceitação e reorganização da vida, considerando a perda. Este, podemos dizer que, é um luto normal e, dependente das circunstâncias, poderá demorar 1 ano a ser concluído.
Noutros casos encontramos um luto patológico quando o indivíduo tem manifesta dificuldade em encontrar recursos para ultrapassar o sofrimento e vive em permanente angústia, choque e revolta.
Os sintomas mais comuns são:
- Humor depressivo;
- Ansiedade;
- Falta de interesse pela vida;
- Dificuldade em estabelecer relações;
Os aspetos mais evidentes num luto patológico são:
- Angústia persistente provocada pela morte ou perda;
- Saudade intensa, dor emocional, tristeza e pesar;
- Pensamentos desajustados, humor disfórico e comportamentos ritualizados ou inibidos;
- Confusão em relação à sua identidade e papel (já não sabe quem é);
- Não aceita a perda;
- Evitar lembrar a realidade;
- Incapacidade para confiar nos outros;
- Dificuldade em continuar com a vida e manter suporte social;
- Entorpecimento;
- Perda de significado e sentido para a sua vida;
- Choque e atordoamento emocional.
Existem fatores que agravam a vulnerabilidade para o luto difícil sendo a natureza da perda um aspeto importante: se era esperada e antecipada ou foi trágica e repentina; ou mesmo os padrões de vinculação e história de ansiedade e depressão.
Nas crianças, a perda merece especial atenção tanto no modo como se transmite a notícia como se auxilia a lidar com o luto e, consequente, expressão emocional.
Existem diferentes abordagens terapêuticas para a resolução adequada do luto. A maioria das vezes, não é necessária medicação a longo termo, bastando a toma durante o período de agudização dos sintomas (habitualmente, no início). O tratamento é mais eficaz se for acompanhado por terapias como psicoterapia ou outras que favorecem a adaptação à vida perante a perda, minimizando o trauma percebido, permitem a ressignificação e fornecem estratégias para a pessoa aprender a lidar com as dificuldades, expressando e gerindo as suas emoções de modo adequado.
Na Clínica NirvanaMED desenvolvemos uma consulta integrada e específica: Consulta do Luto, onde o paciente encontra diferentes terapias que, de modo articulado, auxiliam a resolução do luto e reduzem o sofrimento a curto prazo.