A demência é uma perda progressiva das capacidades mentais, por exemplo, da memória, juízo crítico, raciocínio, pensamento, concentração ou aprendizagem. Esta perda leva a uma deterioração da personalidade, comportamento, funcionalidade e dos relacionamentos, em geral. Tem um caráter neuro degenerativo e irreversível.
O seu aparecimento poderá ser repentino, em caso de lesão grave adquirida, por exemplo, um traumatismo, uma doença ou através do consumo de substâncias tóxicas; contudo, na maior parte dos casos, os processos demenciais são insidiosos, vão-se tornando mais graves e debilitantes com o passar do tempo.
Apesar de ser natural que com o envelhecimento exista alguma perda de competências cognitivas, a demência não é algo que todas as pessoas experienciem à medida que a idade avança. A distinção entre uma perda cognitiva normal e uma demência está no facto esta última produzir efeitos muito significativos na vivência do doente e dos seus familiares, uma vez que existe uma incapacidade muito acentuada para reconhecer quem lhe está próximo, para memorizar as tarefas do dia a dia e acontecimentos recentes e passados, e para se reconhecer enquanto pessoa.
Uma das principais patologias demenciais é a doença de Alzheimer. As suas causas são ainda desconhecidas, embora se suspeite que existam fatores genéticos que sejam relevantes para o seu aparecimento. Nesta patologia as células cerebrais vão-se destruindo, com o passado do tempo, e com isso surgem as dificuldades cognitivas.
Os principais sintomas são:
- Dificuldades de memória;
- Dificuldades na noção do tempo e do espaço;
- Incapacidade ou dificuldade em reconhecer pessoas, lugares ou objetos;
- Verbalizações repetidas;
- Alterações na personalidade;
- Agressividade;
- Comportamento social inadequado (inibido ou extrovertido e sexualizado);
- Incapacidade para cuidar de si;
- Alterações na linguagem;
- Dificuldades na gestão das emoções;
Em fases iniciais da doença é difícil o diagnóstico uma vez que o doente tende a camuflar os sintomas, a menosprezar as dificuldades e a desenvolver estratégias de compensação (por exemplo, evitar contactos sociais ou determinadas tarefas).
Até ao momento, apesar dos avanços na ciência, não existe cura para a demência. Os tratamentos que existem somente atrasam a progressão da doença e minimizam os sintomas. Isto faz com que, frequentemente, o indivíduo vá perdendo as suas capacidades e fique completamente dependente do apoio de terceiros, sendo uma tarefa demasiado exigente para os cuidadores, que merecem especial cuidado afim de evitar a exaustão e depressão associadas ao ato de cuidar de alguém demenciado.
Apesar de não existir um tratamento efetivo, em fases menos graves existem medidas de apoio que devem ser consideradas, nomeadamente a implementação de estratégias comportamentais que auxiliem a pessoa a cuidar de si própria durante o maior tempo possível (utilização de relógios e calendários, álbuns de fotos e memórias, recordar com frequência a sua localização, anotar as tarefas realizadas e a realizar, usar pulseira com identificação). O ambiente deverá ser o mais previsível possível, sem mudanças repentinas que provoquem maiores dificuldades na recordação do espaço. As atividades diárias deverão ser simplificadas. O cuidador deve evitar tratar o indivíduo com demência como uma criança, bem como não repreender se a pessoa errar ou se esquecer, pois isso poderá agravar a situação. Em última instância, perante uma demência grave, será conveniente o internamento numa instituição especializada para o cuidado destes doentes.
É fundamental não descurar o apoio ao cuidador uma vez que esta é uma tarefa de enorme desgaste físico e emocional. Assim, este deverá ter preparação e a ajuda de outros familiares ou pessoas próximas. Existem associações que poderão fornecer orientação sobre a melhor forma de prestar os cuidados sem se negligenciar.
Na Clínica NirvanaMED por considerarmos que os processos demenciais são bastante debilitantes tanto para a pessoa com demência, como para o cuidador e familiares, estruturamos três consultas integradas que oferecem os melhores serviços de avaliação e intervenção nestes casos: 1) consulta de neuropsicologia; 2) consulta da demência; e 3) consulta do cuidador.