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Dia Nacional da Luta Contra a Obesidade

Nos últimos tempos a obesidade apresenta-se como uma das principais epidemiologias presentes na sociedade moderna. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é uma doença crónica que constitui um problema grave para a saúde pública, sendo a sua prevalência em crianças e adolescentes. Esta prevalência tem vindo a aumentar ano após ano.

A OMS diz que um em cada dez rapazes de 11 anos é obeso e com maior probabilidade de contrair diabetes tipo 2, asma, problemas de sono, problemas músculo-esqueléticos e doenças cardíacas, além de dificuldades na escola, problemas psicológicos e isolamento social.

Portugal é dos países europeus com mais excesso de peso infantil.

Estima-se que em 2020 a obesidade afete 21% dos portugueses e 22% das portuguesas, valores que sobem em 2030 para 27% e 26% em ambos os sexos. Portugal está entre os países com piores indicadores de saúde: aos 11 anos, 32% das crianças têm peso a mais. A médio prazo é expectável que 30% a 50% das crianças se tornem obesas na idade adulta. A faixa etária não pode ser desvalorizada, quando falamos de obesidade. Com o envelhecimento da população, a prevalência da obesidade aumenta.

 

A obesidade, atualmente, é um dos fatores de risco com maior impacto em inúmeras patologias presentes na sociedade, nomeadamente, as doenças cardiovasculares: a doença das artérias coronárias, a insuficiência cardíaca, o enfarte do miocárdio, a disfunção ventricular, arritmias cardíacas, diabetes tipo II, alguns tipos de cancro, dislipidemia, entre muitas outras. Para além das doenças mencionadas, a obesidade também aumenta as complicações para a saúde, como por exemplo, uma perceção de bem-estar e qualidade de vida debilitada.

O sofrimento psicológico é um dos efeitos mais preocupantes que a obesidade manifesta, principalmente na adolescência devido as transformações biopsicossociais desta fase de desenvolvimento, sendo determinante no aparecimento de perturbações que podem afetar uma vida. Estas perturbações incluem as de natureza emocional, como a depressão e ansiedade, frequentemente associadas à ingestão excessiva de alimentos, automutilações e tentativas de suicídios, comportamentos de risco ao nível do abuso de substâncias e do comportamento alimentar, como sejam dietas altamente restritivas, bulimia e fraca qualidade de vida.

É preciso intervir o quanto antes para lutarmos contra esta epidemia e sensibilizar para todos os problemas associados à obesidade e excesso de peso, entre os quais se destacam as doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. Entre as principais causas para os elevados níveis de obesidade estão maus hábitos alimentares, pouca atividade física e comportamentos sedentários.

Assim, a alimentação e o exercício físico são primordiais na resolução de problemas como a obesidade, independentemente da idade. Por isso é importante pensar seriamente nestas duas questões e fazer alguma coisa para promovermos a saúde pública.

É necessário intervir com equipas multidisciplinares no âmbito da modificação comportamental, do aconselhamento nutricional e da prática de atividade física e exercício físico. É necessário adotar um estilo de vida saudável, para além da perda de peso, onde por si só trará inúmeros benefícios para a saúde e para o bem-estar individual.

Com este acompanhamento conseguimos intervir em todas as áreas fulcrais da saúde sendo necessário definir metas razoáveis e reais a longo prazo para que esta doença deixe de ser crónica e consigamos ter uma vida mais saudável.

 

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Rúben Pinheiro
(Nutricionista, C.P. 3248N.)

Para que serve a Hipnose Clínica?

Está cada vez mais divulgada e acessível, mas a hipnose ainda é frequentemente vista nos dias de hoje como algo espetacular, mágico, perigoso até, com base na convicção de que a pessoa fica adormecida, inconsciente, à mercê da vontade do hipnotizador.
Ainda com muitas ideias erróneas e mitos associadas, a hipnose não é mais do que um estado alterado da consciência ou percepção, derivado do afunilamento da atenção – transe hipnótico – frequentemente (mas não necessariamente) com base num profundo e agradável relaxamento.
Reconhece aquela sensação de estar tão absorvido no que está a fazer que parece que tudo à volta “desapareceu”? Naturalmente, no nosso dia-a-dia são vários os momentos em que todos nós experienciamos algum tipo de estado ou transe hipnótico em que permitimos à nossa mente vaguear ou “sonhar-acordada”.
Ficamos interiormente concentrados de tal forma que nos “desligamos” do que se passa no exterior: é o caso da condução em autoestrada, sem que tenhamos consciência do percurso realizado “em automático” ou o estar de tal forma absorto num livro ou mesmo em pensamentos, que não nos apercebemos de algo que está a acontecer ao nosso lado ou ainda aquele momento “vai/não vai” pouco antes do adormecer.
A hipnose refere-se a um estado alterado de consciência, que se atinge geralmente através da combinação da imaginação e da concentração da atenção e do desejo de envolvimento, disponibilizando-nos para imaginar determinadas situações e reagir-lhes emocionalmente, mesmo sabendo que não são reais (tal como nos emocionamos com um filme, representado num ecrã, se nos deixarmos envolver na sua história).

Também para vencer fobias

É um fenómeno natural, mas pode ser procurado, induzido, deixando-nos de facto susceptíveis à sugestão do indutor, se tivermos essa disponibilidade.
Em hipnoterapia este estado é induzido com uma finalidade terapêutica, de especial utilidade em modificações comportamentais desejadas, como deixar de fumar, para o controlo de peso, para gestão emocional e controlo da ansiedade, como no caso das fobias e pânico, em situações físicas de mal-estar e doença e controle de sintomas como a dor crónica ou ainda numa perspetiva de desenvolvimento pessoal e de fortalecimento do ego e autoconfiança.
Em ambiente de consultório, num contexto de confiança e confidencialidade, o transe hipnótico é induzido pelo terapeuta, levando a pessoa a uma concentração profunda no que está a ser dito, tornando-a assim recetiva às sugestões, desejadas e previamente acordadas em função do objetivo pretendido, sem no entanto perder o controlo da situação.
Isto pode ser feito com recurso a um conjunto de técnicas disponíveis, que incluem por exemplo a regressão de memória – recordação/revivência de experiências passadas – e a dissociação – que favorece a utilização do consciente enquanto observador objetivo da mente subconsciente.
Mas a sua utilização não está limitada ao gabinete e às sessões agendadas: com a ajuda do terapeuta poderá também aprender a fazer auto-hipnose – entrar sozinho nesse estado e a dar-se a si mesmo sugestões positivas, benéficas e desejáveis para si.

Saiba mais sobre as aplicações e intervenções da Hipnose Clínica
*Deixe de fumar com hipnoterapia
*A hipnose clínica no antienvelhecimento
*Hipnose Clínica e a Auto-Hipnose.
*Hipnoterapia – A cura dentro de nós
*Hipnoterapia. Procurar a cura e combater medos com a ajuda de cavalos.
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*Hipnose clínica alivia consequências dos tratamentos oncológicos.
*Hipnoterapia na infância.
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*Potencialidades terapêuticas da hipnose.
*Hipnose e Regressão: Uma viagem em marcha-atrás.
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*Hipnose e a ansiedade.
*Hipnose e Desrealização: quando a ansiedade nos tira da realidade.
*A Hipnose e Viva o aqui e o agora… agora!
*A Hipnose e as formas de controlar a Ansiedade e o Medo nos nossos dias!
*Hipnose e Mindfulness pode ajudar a prevenir depressão.
*Hipnose para combater o Stress e Ansiedade que potenciam cancro da mama.

Seja Feliz! Tenha a vida que sempre quis!
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António Ribeiro

Fundador da NirvanaMED, Hipnoterapeuta, Life & Mental Coach
antonio.ribeiro@nirvanamed.pt
935 330 914

A psicoterapia EMDR no tratamento da ansiedade

A ansiedade é tida como um dos grandes problemas da sociedade contemporânea.

A venda de psicofármacos, especificamente ansiolíticos e benzodiazepinas, para reduzir os sintomas de ansiedade, tem disparado, representando um elevado custo para o Estado na comparticipação desses medicamentos. Para além deste custo direto, não podemos esquecer os custos indiretos, como o absentismo laboral (baixas psiquiátricas) ou a quebra de produtividade.

Se conhecemos claramente o quanto a ansiedade afeta o nosso rendimento, porque motivo ainda não investimos adequadamente em tratamentos eficazes?

Uma razão parece-nos óbvia: questões meramente economicistas! O Estado continua a preferir comparticipar a medicação, alimentado os interesses das farmacêuticas, em detrimento de apostar na prevenção através da contratação de psicólogos para os serviços de saúde primária ou através da comparticipação de cuidados psicoterapêuticos no setor privado.

Este paradigma resulta no aumento da venda de fármacos que, efetivamente, reduzem os sintomas de ansiedade, mas não os resolvem completamente pois não atuam na origem do problema nem fornecem ao paciente os recursos internos que este necessita para enfrentar a ansiedade.

No combate à ansiedade, aos medos e fobias, a psicoterapia EMDR® mostra-se, atualmente, uma abordagem terapêutica efetiva e eficaz. Além de breve, esta psicoterapia facilita o acesso às memórias dolorosas que originam ou agravam a ansiedade, mesmo que inconscientemente.

Através do acesso a essas memórias, é possível ao terapeuta dessensibilizar e reprocessar o conteúdo doloroso, incrementando recursos positivos e de empoderamento que resultam numa melhoria clara da ansiedade.

Com frequência os pacientes desejam saber se vão esquecer as memórias dolorosas. Em verdade, as memórias não são apagadas nem esquecidas, mas deixam de provocar dor e sofrimento! Também nos questionam se a ansiedade desaparecerá com o EMDR®. Importa clarificar que a ansiedade nunca desaparecerá por completo, pois este estado deriva de uma emoção de medo que todos temos e que nos protege perante as adversidades e perigos. O que sucede é que a ansiedade se mantém, mas em níveis reduzidos e adequados, ou seja, aparece apenas quando é necessária.

Deste modo, a psicoterapia EMDR® é indicada, recomendada e adequada no tratamento da ansiedade.
marco
Marco Martins Bento
(psicólogo clínico e psicoterapeuta)

Isso são coisas da tua cabeça!

A doença mental é, a par da doença física, reconhecida desde há muito como entidade diagnóstica com relevância clínica pela interferência que provoca na vida de quem dela sofre.

Os estudos mais recentes indicam um aumento das perturbações mentais, sobretudo a depressão e ansiedade.

De uma forma clara, as exigências do quotidiano têm conduzido as pessoas a enfrentarem as dificuldades que se lhes afiguram como complexas e difíceis de ultrapassar. A noção de que perante um obstáculo não se possuem os recursos necessários para a sua resolução coloca o indivíduo numa situação de vulnerabilidade, aumentando o risco para o aparecimento de medos e ansiedades exageradas, traumas e sentimentos depressivos.

Durante muito tempo estes estados emocionais foram desvalorizados, mesmo por terapeutas e clínicos. Hoje, é consensual para quem trabalha em saúde que as perturbações descritas podem ser graves, provocam sofrimento e debelam a vida de quem delas padece.

Apesar da mudança de paradigma, ainda há quem menospreze estas condições: “isso passa!”; “isso são coisas da tua cabeça!”; “não penses nisso!”.

Mas será que temos essa atitude perante uma pessoa com doença oncológica? “isso passa!”; “está tudo na tua cabeça!”… Então porque ainda há quem julgue o sofrimento associado à doença mental menos válido?

Se conhece quem vive nesta realidade, não julgue, não questione ou ponha em causa o sofrimento. Mostre compreensão, escute e apoie.

marco
Marco Martins Bento
(psicólogo clínico e psicoterapeuta)

Quando a ansiedade toma conta de nós.

Num meio tão exigente como aquele em que vivemos, o stress e a ansiedade tendem a estar presentes no nosso dia a dia.

Aliás, tal condição afeta, de modo significativo, tantas pessoas que muitas já nem sabem o que é viver sem se sentirem ansiosas, receosas e com medo.

Sentir ansiedade é perfeitamente normal. Não existe ansiedade apenas no mundo contemporâneo, ela (ansiedade) resulta de uma resposta emocional orgânica que é primitiva e que vem desde a origem dos seres vivos. Mesmo os animais sentem-se ansiosos!

O processo ansiogénico é consequência de um mecanismo adaptativo para nos colocar alerta e em vigília por forma a reagirmos mais rapidamente face a estímulos potencialmente perigosos à nossa sobrevivência. Por exemplo, se vir um leão à minha frente é expetável que me sinta ansioso e que o meu corpo se prepare para a fuga.

Isto é desencadeado pela emoção do medo, originada no nosso cérebro, e que envia sinais ao corpo para ter uma reação de fuga ou luta. Sempre foi assim e é tão natural como bebermos água.

A verdadeira dificuldade está quando este mecanismo de sobrevivência e ativação orgânica se encontra alterado, isto é, a nossa mente ao invés de reagir apenas a estímulos potencialmente perigosos passa a reagir a muitas outras situações do nosso quotidiano, provocando medo e ansiedade que interferem de modo significativo com a nossa vida.

Experiências emocionais traumáticas do passado, mal processadas pela mente, estão na origem do aparecimento deste medo desajustado e permitem manter a ansiedade, generalizando-a a diferentes estímulos, através de condicionamentos (aprendizagens) desadaptativos.

Como consequência, ocorre uma sobre ativação fisiológica (taquicardia, sudorese, tremores, tonturas e vertigens, …), cognitiva (pensamentos de incompetência ou perda de controlo, …) e comportamental (evitamento, isolamento, …) que, a médio prazo, o indivíduo passa a ter maior dificuldade em gerir.

É da dificuldade em controlar esta desregulação emocional, prolongada no tempo, com um grau de interferência elevado e com sintomas debilitantes, que surgem as perturbações de ansiedade.

Fique atento, pois, mais tarde, falarei sobre os tratamentos para a ansiedade que, comprovadamente, são eficazes.

 

marco
Marco Martins Bento

(psicólogo clínico e psicoterapeuta EMDR)