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Os 5 Cuidados Essenciais para a Saúde da Mulher

 

O Dia Internacional da Saúde Feminina é celebrado a 28 de maio.

Este dia visa alertar a população para a desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde e promover ações de sensibilização para a importância da saúde feminina e do devido acompanhamento médico a todas as mulheres. Sendo algumas patologias exclusivas da mulher, este dia chama também a atenção para sintomas e doenças especiais do sexo feminino e para a necessidade de uma higiene diária cuidada.

Independentemente da idade, a mulher precisa de ter cuidados essenciais à saúde, e desta forma contribuir para garantir a sua qualidade de vida.

 

5 Cuidados essenciais para a saúde da mulher:

 

 

1 – Manter uma alimentação saudável

 

Desde os primeiros dias de vida, promover hábitos alimentares saudáveis, com a amamentação, sempre que possível, e posteriormente com uma alimentação equilibrada, traz benefícios à saúde. Resulta na redução de fatores de risco para doenças, como a obesidade e a hipercolesterolemia, além do bem-estar físico e mental.

 

2 – Cuidar da saúde mental

Identificar precocemente sintomas e procurar ajuda profissional pode ser decisivo para a resolução adequada e eficaz do problema ou da situação.
As mulheres, muitas vezes, ainda se encontram em condição de vulnerabilidade por ganharem menos, por serem menos valorizadas nas suas profissões, por terem menor acesso aos espaços de decisão no mundo político e económico, por sofrerem violência doméstica, física, sexual, psicológica e económica, por sofrerem negligência e abandono e por acumularem a sua profissão com o trabalho doméstico.

Nas mulheres idosas, há ainda a questão do isolamento social, da reforma, da viuvez, das alterações fisiológicas da menopausa, e da angústia provocada por uma sociedade que hipervaloriza a juventude em detrimento do envelhecimento feminino.

Sintomas de depressão, de ansiedade, insónia, stress e transtornos alimentares merecem atenção importante.

 

3 – Realizar exames de rastreio

 

O Sistema Nacional de Saúde tem programas de rastreio de Cancro do colo do útero e do Cancro da mama.

O rastreio do Cancro do colo do útero através da colheita de citologia, mais conhecida como o “exame de Papanicolau”, e o rastreio do Cancro da mama, através da mamografia e/ou ecografia mamária, conjuntamente com o exame clínico da mama.

Estas estratégias de Saúde Pública permitem o diagnóstico precoce destas doenças, beneficiando o seu prognóstico.

 

4 – Proteger-se contra DST/ fazer escolhas conscientes sobre métodos contraceptivos/ planear uma gravidez saudável

 

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, pelo contato sexual (oral, vaginal, anal) com uma pessoa infectada. A transmissão pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
O uso de preservativos masculino ou feminino é a melhor forma de as prevenir e poder vivenciar a sexualidade de forma segura.

Caso ocorra sexo sem preservativo, é importante procurar cuidados médicos para a mais correta orientação.

 

Existem diversos métodos contraceptivos para que as adolescentes e mulheres possam escolher a maneira mais confortável de planear quando, como e se vão querer ter filhos.  A melhor forma de poder fazer uma escolha informada é falar com o Médico Assistente (Clínico Geral ou Ginecologista) para que possa tomar conhecimento de todos os métodos que existem e quais os mais adequados à sua condição e aos seus objectivos.

 

O planeamento da gravidez é importante para a saúde das mulheres. Contribui para uma prática sexual mais saudável, possibilita o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando assim as condições que ela tem para cuidar dos filhos e para realizar outras atividades.

O acompanhamento pré-natal assegura a vigilância da gravidez, com atitudes preventivas e intervenção terapêutica adequada em caso de necessidade, permitindo desta forma o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna.

A opção de não ter filhos também deve ser assegurada, e a abordagem nessa situação deve ser livre de preconceitos e crenças por parte dos profissionais de saúde.

 

5 – Procurar ajuda em caso de violência

 

A violência contra as mulheres afeta todas as classes sociais, raças, etnias, faixas etárias e orientações sexuais, e trata-se de uma grave violação dos Direitos Humanos, que limita a autonomia e a liberdade das mulheres.

As agredidas vivem situações de medo, pânico, baixa autoestima, ansiedade, angústia, humilhação, vergonha e culpa, perda da autonomia e, muitas vezes, fragilidade emocional. Tudo isto é terreno para surgirem quadros clínicos de depressão, ataques de pânico, ansiedade e distúrbios psicossomáticos, entre outros.

Em Portugal, o combate e a prevenção deste crime violento tem-se feito de forma estruturada: há redes nacionais de apoio às vítimas, salas de atendimento nas forças de segurança disseminadas por todo o território nacional e Planos Nacionais contra a violência doméstica.

O site da APAV – www.apav.pt tem informação exaustiva sobre esta temática.

O que a vítima deverá fazer em caso de violência doméstica:

» Manter, se possível, a calma;

» Na posse dos seus elementos de identificação (bilhete de identidade, passaporte ou outro) deve dirigir-se a uma esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP), posto da Guarda Nacional Republicana (GNR), piquete da Polícia Judiciária (PJ) ou directamente junto dos Serviços do Ministério Público para apresentar queixa criminal e exigir um documento comprovativo da queixa ou denúncia efectuada;

» Pode igualmente apresentar queixa por via electrónica – Ministério da Administração Interna.

Retirado de www.apav.pt

 

 

Dr.ª Maria Miguel Ribeiro

Médica

A COVID-19 afeta a saúde mental de mais de 80% dos portugueses

Mãos de adulto e criança segurando o recorte de papel de cérebro de encefalografia, consciência de epilepsia e alzheimer, distúrbio de convulsão, conceito de saúde mental Foto Premium

Com base no questionário criado pelo Barómetro Covid-19, o Opinião Social, de periodicidade semanal, que tem como objetivo acompanhar a evolução das perceções, sob o ponto de vista do cidadão, apurou que o coronavírus está a afetar a saúde mental de mais de 80% dos portugueses.

Neste questionário que apreende sobre a perceção de risco, a confiança nas instituições, o cumprimento das medidas veiculadas, a resposta dos serviços de saúde, os impactos no seu quotidiano e na saúde mental, entre outros fatores, apurou que ao fim de 4 semanas e com 166.886 questionários respondidos, os portugueses estão a adaptar-se aos fatores diretamente relacionados com a Covid-19, mas a sentir dificuldades em gerir a vida quotidiana de confinamento em casa.

De acordo com os resultados do estudo, a perceção individual do risco de contrair COVID-19 sofreu uma alteração notória, com uma diminuição de cerca de 25% da proporção de pessoas que considera ter um “risco elevado” (Sem1: 20,6%; Sem4: 15,5%). Da mesma forma é evidente uma variação de mais 21% no grupo das pessoas que consideram ter um “risco baixo” (Sem1: 33,4%; Sem4: 40,3%).

A equipa de investigação considera que a adaptação das pessoas a uma nova vida em confinamento pode ser uma explicação para esta alteração. “Houve um grande esforço de todos para integrarem, nas suas rotinas diárias, novos comportamentos de proteção. Hoje em dia, com estas medidas mais rotinadas e com mais informação disponível sobre a Covid-19 e, as pessoas podem estar a sentir-se mais capazes e confiantes para gerir esta situação, percecionando um menor risco”, avança Sónia Dias, coordenadora científica do Opinião Social.

Por outro lado, explica também que para uma diminuição generalizada da perceção de risco individual em contrair COVID-19 pode estar explicado pelo aumento do nível de confiança na capacidade de resposta do governo e dos serviços de saúde. “Mesmo entre as pessoas que consideram atualmente ter um “risco elevado” de contrair COVID-19, a grande maioria está “confiante” ou “muito confiante” na capacidade de resposta do governo (83,9%) e na dos serviços de saúde (81,4%) à pandemia provocada pela COVID-19”.

Nervoso salientou aluna sentindo dor de cabeça estudando no café Foto gratuita

Sentimentos negativos

Apesar do nível de confiança na capacidade de resposta das entidades de saúde ter aumentado e a perceção de risco individual ter diminuído com o passar das semanas, a frequência com que as pessoas reportam sentir-se agitadas, ansiosas, em baixo ou tristes mantém-se constante ao longo das semanas, sempre com cerca de 80% a reportar já se ter sentido assim e de 9% a reportar senti-lo diariamente.

“Esta ansiedade pode estar mais ligada a aspetos de caráter individual e de gestão da vida quotidiana em casa, resultantes das medidas de confinamento, do que propriamente com os aspetos relacionados com a doença em si ou com a resposta das entidades de saúde. Pelo que importa fazer chegar às pessoas estratégias concretas para gerirem melhor a sua vida laboral em simultâneo com a vida familiar, por exemplo”, avança Sónia Dias.

Para lidar melhor com a situação, 80% dos inquiridos afirma a importância do contacto com os familiares e amigos, mesmo que à distância. Mais de metade procura manter rotinas e aproveita o tempo para pôr em prática os seus hobbies favoritos. Cerca de 45% afirma limitar ao máximo a quantidade de informação que lê sobre o vírus.

A saúde mental dos Portugueses

82% dos respondentes reportaram efeitos negativos na sua saúde mental. Para contornar a situação, alguns assumem praticar atividade física e realizar atividades que proporcionam prazer, para a gestão da ansiedade. Em contrapartida, verifica-se um possível aumento do consumo de comida calórica, tabaco e álcool.

As mulheres, as pessoas em teletrabalho e os trabalhadores que suspenderam a atividade profissional são os grupos que suscitam maior preocupação.

Os questionários, respondidos entre os dias 21 de março e 10 de abril mostram que um quarto dos respondentes considera sentir-se agitado, ansioso, em baixo ou triste “todos os dias” ou “quase todos os dias”. Também 55% dos participantes admite que se tem sentido assim “alguns dias”. São os homens quem menos reporta sentir-se ansioso ou triste. Aliás, 27% dos homens refere que “nunca” se sente assim, comparativamente a apenas 15% das mulheres.

As pessoas que se têm sentido mais ansiosas ou tristes apresentam menores níveis de confiança na capacidade de resposta dos serviços de saúde e também se sentem em maior risco de contrair COVID-19.

Homem jovem intrigado, segurando a testa enquanto se sente stress Foto gratuita

Verificou-se ainda que 38% dos inquiridos revela sentir-se mais agitado ou ansioso comparativamente com o período antes da COVID-19. Também quase um terço reporta problemas relacionados com o sono, 25% sente que não consegue fazer tudo o que tem de fazer e 23% diz estar sempre a pensar em COVID-19.

São os homens que mais frequentemente reportam não ter sentido nenhuma alteração em relação ao período anterior (25% dos homens, em comparação com 14% das mulheres).

Em suma, 82% dos respondentes sente pelo menos um dos possíveis efeitos negativos na sua saúde mental, desencadeado pelo período de confinamento, derivado da pandemia do novo coronavírus.

Não desvalorize a sua saúde mental

O Barómetro Covid-19 é um projeto de investigação da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa, pretende contribuir, em tempo útil, aos desafios impostos pela pandemia global.

A equipa de investigadores por traz do projeto é multidisciplinar, composta por médicos de Saúde Pública e de Saúde Ocupacional, epidemiologistas, estatísticos, economistas, sociólogos, e psicólogos acompanham o desenvolvimento desta pandemia em Portugal e no Mundo, de diversas perspetivas.

Dada a importância que a saúde mental tem na vida de toda a comunidade, destacamos estes resultados como alerta deste período pandémico. As dificuldades sentidas podem ser amenizadas e merecem a sua atenção no imediato, a fim de tomar proporções mais incontroláveis.

Posto isto, procure por ajuda de profissionais qualificados para receber a melhor orientação possível.

Saiba que na Clínica NirvanaMED encontra profissionais dotados a recebê-lo, mesmo que online, empenhados em acompanha-lo nesta fase.

 

Estamos aqui por si e por todos.