Semana da Amamentação (1 a 7 de agosto)
O leite materno é ideal para o crescimento e desenvolvimento do bebé, e possui numerosos benefícios durante os primeiros anos de vida, que perduram por toda a vida.
O leite materno possui as quantidades apropriadas de todos os nutrientes que o bebé precisa.
O leite materno é um alimento vivo, completo e natural que possui a composição nutricional perfeitamente ajustada às necessidades do bebé. Sofre alterações ao longo do tempo, respondendo à crescente exigência de nutrientes que ocorre com o crescimento.
Para além de nutrientes possui outras substâncias com capacidade imunomoduladora, bem como centenas de espécies de bactérias benéficas, tornando o leite materno inimitável.
Considerando-se a fisiologia do lactente, o leite humano possui a proporção e qualidade adequadas de gorduras, hidratos de carbono, proteínas, oligoelementos, eletrólitos e elementos de defesa, proporcionando, assim, vantagens nutricionais e imunológicas que contribuem para a redução da morbimortalidade infantil. Portanto, o aleitamento natural é o modo mais seguro de alimentação do lactente.
Outras das vantagens do leite materno são:
- O leite materno está sempre fresco, à temperatura ideal, livre de bactérias e pronto para beber;
- Contém anticorpos que melhoram o sistema imunológico, protegendo o bebé contra infeções;
- É facilmente digerido;
- É mais barato.
- Não tem desperdício;
- Diminui o risco de cancro de mama;
- Promove maior ligação entre a mãe e o bebé. O bebé sente-se amado e protegido durante esse período importante da sua vida.
Para a mãe que amamenta pelo seio, as suas necessidades nutricionais são bastante semelhantes àquelas durante a gravidez.
Portanto, mesmo quando se quer perder peso, fazer uma dieta restrita não é recomendável para quem está na fase de amamentação.
Assim, ficam algumas dicas para as mães que amamentam o seu bebé:
- Selecionar uma grande variedade de alimentos;
- Beber bastantes líquidos, pelo menos 2 Litros de água (8 a 10 copos por dia), e beber água sempre que estiver com sede, principalmente durante a amamentação;
- Aumentar para 5 porções por dia do grupo dos lacticínios;
- Eliminar por completo o consumo de álcool, cafeína e tabaco. Essas substâncias passam para o leite e consequentemente para o bebé;
- O estômago do bebé quando nasce é muito pequeno (do tamanho de uma bola de ténis de mesa). Por isso ele deve ser alimentado a cada duas ou três horas, em pequenas quantidades.
- A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o bebé seja alimentado exclusivamente com o leite materno até os 6 meses de idade, desde que esteja crescendo e desenvolvendo dentro do padrão esperado.
- A partir dos 6 meses deve-se começar a introduzir novos alimentos, sem necessariamente abandonar a amamentação, que pode se prolongar até os três anos de idade.
Assim depois dos 6 meses, vem o desmame. E o desmame é a transição da amamentação para a alimentação sólida ou semi-sólida, e deve ser feito de maneira gradativa para que o organismo aprenda a receber outros alimentos além do leite materno, amadurecendo o sistema digestivo. É importante que seja feito com cuidado, para que a criança adquira bons hábitos alimentares.
O desmame deve começar pela introdução de papinhas de frutas. As papinhas podem ser oferecidas nos intervalos das mamadas.
O tamanho da porção é o bebé que determina, e essa refeição deve ser completada com a mamada, logo em seguida da papa, e não o contrário. Depois de duas a quatro semanas, quando o bebé já tiver se adaptado bem à nova alimentação, podem ser introduzidas as papas salgadas, inicialmente só no almoço, e depois, quando a criança já tiver substituído totalmente a mamada por essa refeição, também no jantar.
Durante o desmame, o leite materno pode substituir a sobremesa, que deve ser introduzida mais tarde, conforme o hábito da família. É muito importante que durante essa fase de adaptação e durante os dois primeiros anos de vida a criança tenha a oportunidade de conhecer a maior variedade de alimentos possível e disponível para a família.
Só assim a criança poderá desenvolver a sua perceção (textura, sabor, odor, cor, temperatura, etc.), as suas preferências e fazer escolhas saudáveis no futuro.
Rœben Pinheiro
(Nutricionista, C.P. 3248N.)